Retalhos.

Pobre alma, colcha de retalhos és...

Pobre alma, do passado

guardas um ecoar de risos

em espaços vazios de alegria...

Alma eterna, da dor é companheira...

Acostumou a dor ser...

Guardiã de lembranças,

feito mel a escorrer pela boca da criança

que cresceu...

Tecendo ilusões

de ouvir conversas e sussurros infantis,

ecoando em quartos e corredores

escuros e frios...

Buscas unir os retalhos.

À deriva da vida,

recolhes as migalhas

de vinhos e da pouca comida que sobrou.

Anima-te! Com fios de sutil esperança e

sem trégua,

nas noites eternas

e madrugadas insones,

tecerás mais uma vez

a tua colcha de retalhos...

Com o brilho de lágrimas

renovadas...

nos retalhos alinhavados.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 31/05/2010
Reeditado em 24/07/2022
Código do texto: T2291641
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