Brilho...

Sem que eu pudesse retê-la

foi de volta para uma estrela.

Deixou-me saudade nos braços

a compensar-me pelos abraços

tão impossíveis de se deixar...

Porque não quisesse, talvez

ou que esperasse outra vez

uma hora pra me encontrar....

Ficou-me a suave lembrança

daquele seu jeito todo arredio,

uma linda e tímida esperança

que reina sobre o vazio...

Eu ainda espero por sua volta,

quando a imaginação se solta,

procurando por seus sinais...

Mas, já não os encontro mais!

Em meu corpo, seus vestígios:

uma leve mancha de seu batom

a doce marca de uma mordida...

Saudade é voz que não tem som;

não esconde nem cura a ferida,

pois se desvanece na madrugada

levando a imagem daquela fada

e me privando de tais prodígios.

Eu me recolho em minha poesia,

sempre um canto sem estribilho,

perdendo a noite, guardando o dia

pois se a noite é a mãe feiticeira

resta um sol sem companheira

na solidão de seu próprio brilho...

Joscarlo
Enviado por Joscarlo em 03/06/2010
Código do texto: T2296640