Lembranças

Quando eu era criança, gostava da chuva.

Quando estava com minha mãe, meus irmãos e meus pais.

Era o pavor desconhecido.

Afogado em carícias maternais.

Ainda gosto da chuva

Fenômeno adotivo para minha alma.

Se escurece o céu, e em milhões de raios

o mundo explode:

A essência, o limiar da vida me invade.

Hoje não gosto mais da chuva porque tenho pena dos meus irmãos,

Primos, tias, avós, pai e mãe que já não lembram, porque dormiram.

Chove. Tiro meus chinelos e caio de bruço na cama.

Durmo ouvindo trovões. Não sonho.

E de manhã as pessoas não terão pena de mim.

Ananda
Enviado por Ananda em 01/09/2006
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