UM BARCO DE LUZ

na polpa da erva, a perna

tensa junto á estrada

a casa levemente

a porta a abrir

sustenho

a amora sobre a mesa

á entrada da erva doce

o néctar, deslizam os

meus dedos na pura

água

tenho ainda a polpa

viva da casa sensível

por uma égua de

paciência chegarei

a tempo

a perna bem alto na

parede no abraço da luz

inclinado fica o céu

sobre um salto fatal

no instinto do galope

rápido

as costas amplas e vastas

como a égua tensa na

estrada da lua, a porta

roda na erva

um barco de luz nova

já parte do teu corpo

para o deserto branco

da saudade

José Gil

http://dialogosdogil.blogspot.com/

http://dialogosdogil.blog-city.com/

José Gil
Enviado por José Gil em 15/09/2006
Código do texto: T240978