Apontador

A risada de sua filha não é nada?

Por que não ri do que não é tão engraçado?

Sou culpado por sentir e dar risada

Dos desastres dessa vida do colapso.

Aponto o dedo

Pra não ter que apontar um novo lápis...

Indícios corriqueiros desse meu conto de fadas.

E eu, como estrangeiro, do amor nunca sei nada.

Eu protejo sua vida contra esses seus cigarros

E ainda me acusam de ser fútil, tão relapso.

Onde eu o faço?

Juro que não descobri,

Certo por não mais haver resposta.

Quando é que eu me calo?

Eu o faço pra te ver feliz?

(Certo de que não há mais resposta...)

Aponto o dedo

Pra não ter que apontar um novo lápis...

Posso, então, ficar sem escrever?

Assim, não dou razão a tal repúdio por meu ser.

Posso, então, abandonar as doze-cordas?

Talvez, por esse meio, encontremos a resposta.

Aponto o dedo

Pra não ter que apontar um novo lápis...

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 05/09/2010
Código do texto: T2479353
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