Ventos de Agosto

Surreais como coloridos pardais,

ou Piafs de cristais.

Eis que escureço

ao Sol do começo,

pois sei do eterno tropeço

que se paga por qualquer preço.

Só em Setembro chegaram os ventos de Agosto.

Folhas caídas de velhos rostos

deslizam pelas calçadas

lembrando que já foram amadas.

Mas o tempo ... são favas contadas.

Ventos presos em Tempos passados,

em antigos olhos marejados.

Lágrimas de deportados.

Ventos,

elementos,

sentimentos.

Passeiam folhas e momentos,

nessas avenidas sem pavimento.

Tudo passa. Tudo acaba.

Menos a saudade

do que se foi noutra idade.