tinta forte*

do alto do monte avisto a cidade

e ela parece estar descansando

as ruas parecem estar conversando

e vai parecendo que sinto saudade

do tempo que a gente andava sem medo

de ser assaltado, de bala perdida

de ter confundido o sentido da vida

que não era mais que pra nós um brinquedo

lá embaixo a textura que se desenrola

não é a da tinta que cobre a parede

envolve uma febre que dá muita sede

nos deixa sem sono, sem paz, nos imola

me dá uma saudade do tempo da rede

do pé de abiu, de comer carambola

*dedicado com extremo carinho à cidade do Rio de Janeiro

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 03/10/2010
Código do texto: T2535064
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