Compreender.

É difícil compreender os motivos que a saudade tem,

Se tudo foi tão doloroso, triste e com o gosto amargo de perder,

Tudo o que foi bom, nos leva ao medo e ao frio,

O sorriso puro se desfaz em lagrimas e solidão,

É difícil compreender a razão de toda a saudade,

Certos dias o cheiro dos cabelos “daquele anjo” invade as narinas,

O cheiro intenso do corpo dissipa-se pelo quarto,

E as lagrimas da saudade escorrem até o queixo,

O soluço rouco do adeus de quem esta com Deus,

O gosto doce dos lábios de veludo em pouco tempo cede lugar ao gosto amargo da solidão,

O que resta é levantar acender um cigarro e continuar a vida,

E é tão difícil quando no metrô aquela moça que entra é tão parecida com alguém,

O corpo treme e a saudade traz consigo aquele medo e revolta,

Olhos nos olhos e a moça percebe o quanto mexeu contigo,

Fica sem graça e olha pra baixo,

E a curiosidade faz com ela diga bem baixinho:

-Oi...

Você respira fundo e diz; -Oi Ange... Aborta a frase e não diz nada...

A estação chega e você desce sem nem olhar para trás,

Num falso adeus você deixa o passado dentro no metrô...

E então você percebe que a saudade é um complemento de amar,

E que o adeus é o fim do medo.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 03/10/2006
Reeditado em 04/10/2006
Código do texto: T255007