ÁI QUE SAUDADES EU SINTO !

Ái que saudades eu sinto !

Que vontade de voltar !

É verdade, eu não minto,

Dá vontade de chorar.

Meus vinte anos distantes,

Quanta coisa a se lembrar,

Dos meus livros na estante,

Das serestas ao luar.

Dos ilustres professores,

Dos colegas de escola,

Do rufar dos tambores

Nas fanfarras das escolas.

Que tempo bom se passou,

Que gostosa mocidade,

Lembro do Rock n' Rool,

Da sadia vaidade.

O topete no cabelo,

Com brilhantina aplicada,

Vovó com o seu novelo,

As artes da molecada.

O namorinho escondido,

As brincadeiras dançantes,

Até erros cometidos,

Já cedo, muitos fumantes.

Ái que saudade mais doída

Que machuca o coração,

Porém em contrapartida,

Foi verdade, não ilusão !

A gente até que sonhava,

Com um planeta melhor,

Mas o tempo se passava,

O que se via era o pior...

O mundo se transformava,

Os seres ficando maus

E, como em marés bravas

O mar afundando naus.

Por tudo, fico saudoso

E sempre quero voltar,

Fico também orgulhoso

De boas coisas lembrar.

Auro