NA ILHA DE BRÁS

Nas tantas voltas do mundo
Segue, em todas elas, um tempo,
Nossas vidas girando cambaleantes
Em cabeças, em tormentos.
Às vezes me pego em giradas memoráveis.
Olho o mundo um pouco tonta,
Um mundo um tanto rasteiro
Que me derruba em armadilhas
Que eu mesma invento.
Relembro coisas tão grandes
Espelhos, salas, conventos,
Teatros, espaços e eixos,
Retalhos de pensamentos,
Mitificando a vida
Eternizando momentos.
A mente da gente não mente
Mas traí a qualquer remendo
E trás ensangüentadas
Saudades, desejos, intentos.
É lamento o que se guarda.
A mente é assim traiçoeira, a cada giro,
em cada um dos tempos, busca sem aviso
Histórias mágicas, rupturas
Canções, cantigas criadas ao vento,
Nas quadras e entre-quadras
De um concreto cinzento.
Um Beijo eternizado, surge lembrado,
Amigos, cantores, poetas ciumentos.
Em quatro partido Beijo,
No compasso dos giros,
De um giro de há muito tempo,
No curto espaço da eternidade,
Eterna idade
Terna idade
Tenra idade da nossa juventude em Brasília.



Para meu amigo, compositor e cantor, Márcio Faraco.
Foto: Show Jazz e Bossa em Madrid, 2005. Divina Jatobá
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 14/10/2006
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T264364
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