Rua.

Por entre as ruas haverá sempre “aquela”...

Em seu pavimento sobram histórias,

Como os passos decadentes de um antigo amante,

Que entre amores e saudade, resta um bêbado,

Cabisbaixo e compulsivo...

Quem dirá que sobre ele um rei passou,

E a majestade no meio fio reinou,

Pedaços de um passado magnífico,

A vida que se despede em pranto,

E quem não fica, vai, e quem devolve, perde,

Haverá tanta justiça na chuva que te leva embora da sujeira,

E quem não estiver pronto para lagrimas, respira fundo e da as costas...

O doce sabor de saudade, e é tão difícil recordar,

E o que foi concreto hoje é entulho,

Há cimento sobre o coração desenhado a giz,

Há buracos em cada canto,

O peso crava buracos em seu asfalto...

Vez por outra alguém resolve tropeçar em seu destino,

E passa com seu carro sobre o coração,

Mas não estaciona...

E quem dirá que por debaixo do cimento há uma história?

E quem sabe o nome de quem deixou seu coração?

Nobre amante que descalço passa sobre o afeto,

Como se seus pés ultrapassassem o cimento,

Na tentativa de capturar o resto de amor que aquele coração oferece.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 20/10/2006
Código do texto: T269296