Mãe

Aqui sentada num banco

Deste jardim florido

Em que as flores deixam fragrância

Olho as crianças brincando

E como num livro já lido

Nelas vejo a minha infância!

Infância que foi tão linda

Tão alegre e verdadeira

Com tantos choros e risos

Que agora já distante

Canto a saudade primeira

Que sinto nestes meus olhos...

Quando se é pequenino

E se tem mãe para nos amar

Não sabemos quão sublime

É esse diário aberto

Que é o amor d' uma mãe

Que por nós vive a chorar!

E agora no momento

que já não a posso ver

Que saudades, oh meu Deus

Que desgosto, que lamento

Que se escondem no meu ser!

Quisera fechar os olhos

E como num sonho belo

Entre essas nuvens distantes

Ver esse olhar tão singelo

Tão singelo, quão cansado!

Poder agarrar-me a ela e entre

lágimas e risos

Voltar a tê-la a meu lado!...

Maria Helena Oliveira
Enviado por Maria Helena Oliveira em 22/10/2006
Código do texto: T270688