Mãe
Aqui sentada num banco
Deste jardim florido
Em que as flores deixam fragrância
Olho as crianças brincando
E como num livro já lido
Nelas vejo a minha infância!
Infância que foi tão linda
Tão alegre e verdadeira
Com tantos choros e risos
Que agora já distante
Canto a saudade primeira
Que sinto nestes meus olhos...
Quando se é pequenino
E se tem mãe para nos amar
Não sabemos quão sublime
É esse diário aberto
Que é o amor d' uma mãe
Que por nós vive a chorar!
E agora no momento
que já não a posso ver
Que saudades, oh meu Deus
Que desgosto, que lamento
Que se escondem no meu ser!
Quisera fechar os olhos
E como num sonho belo
Entre essas nuvens distantes
Ver esse olhar tão singelo
Tão singelo, quão cansado!
Poder agarrar-me a ela e entre
lágimas e risos
Voltar a tê-la a meu lado!...