SAUDADE
Olhos vazios
anjo de chafariz
vandalizado, asa quebrada
vendo a agua jorrar pura
ante ao musgo do tempo
purificando-se
do seu catálogo de pecados
lacrimejando elegías de adeus
para estes olhos
a saudade
é um sopro de areia marinada
que ainda dói
minhalma
sem as tuas imagens
deserto
de lâminas frias
de doridas
elegias.
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