TEMPO

Eu poderia ter corrido tanto, mas eu corri tão pouco.

Eu poderia ter andado mais devagar, mas eu tive tanta pressa.

Eu poderia ter feito tantas coisas, mas eu não fiz nenhuma.

Eu poderia ter deixado de fazer pelo menos uma vez o que eu sempre fazia.

Eu poderia ter caminhado sempre ao seu lado, mas eu preferi ser carregado em seu colo.

Se eu não estivesse tão longe de ti, eu não teria deixado você partir.

Por onde eu andei por todo esse tempo?

O tempo passava enquanto eu estava parado,

Já era dia quando eu resolvi dormir.

A noite chegou tão rápido que eu ainda estava dormindo,

A noite demorou a passar, demorou mil anos.

O dia chegou tão rápido, o dia demorou apenas um segundo.

Não há nada a se fazer contra o tempo, não há como vencê-lo.

Eu não posso olhar para o Sol que vai se pondo e dizer:

“Ei! Espere mais um pouco. Ainda não terminei de fazer o que deveria”

Mas é aí que você se dá conta que passou a vida toda,

Que demorou uma vida inteira para fazer algo que deixou para última hora,

E que aquela última hora não foi o bastante para fazer o que deveria,

Nem ao menos para dizer o que você nunca disse.

Aprendi a viver um dia após o outro, um dia de cada vez.

Aprendi que o mundo pode esperar enquanto eu amarro os meus sapatos.

Aprendi que ninguém espera você brincar de viver a vida toda.

Aprendi que não é só com gestos e palavras que se diz eu te amo, mas com atitudes.

Aprendi que é melhor caminhar sozinho na contramão,

do que seguir a todos sem saber aonde se deseja ir.

Quando eu resolvi chegar, você já havia partido.

Quando eu te encontrei, eu já havia te perdido.

Foi me perdendo que eu me encontrei,

Foi te encontrando que eu te perdi...

Marcelo de Lima Cruz
Enviado por Marcelo de Lima Cruz em 18/01/2011
Código do texto: T2736043
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