Absorvendo saudade

Nos bailes da doce mocidade

dancei e cantei muitas canções

nunca esquecerei essa saudosa realidade

realidade de grandes e eternas emoções

Burburinhos alterados esquentavam o salão

Gabrielas, Marias e Martas à bailar

faziam homens se matar na comichão

de tanta vontade em tirá-las pra dançar

Rebentos juvenis nas madrugadas

adolescência de magia imprescindível

carregando muitas almas apaixonadas

que viveram num tempo inesquecível

Saudade daquelas festas de salão

do romantismo do rosto coladinho

dos rala e rola e do gostoso apertão

respirando ofegante, e de olho fechadinho

Ah! Momentos felizes de outrora

fazendo a saudade me controlar

tanta lembrança que me devora

de um tempo que não vai mais voltar

Recordando já formei um rio, um mar, nem sei

só sei que recordar para mim, é viver

sem me dar conta, acho até que já me afoguei

de tanta saudade que tento absorver.