Da Sacada

Da sacada posso ver o mundo.

Contemplo a paisagem que cerca a vida,

Ouço o gorjear dos pássaros, o ronco dos motores de tantos veículos que de lá posso avistar.

De onde vejo tantas pessoas, tantos rostos.

Vejo homens, mulheres, crianças, vejo gente.

Posso ver o mar e chego a sentir o cheiro das águas

correntes;

Vejo o horizonte e o vento que bate em meu rosto me faz flutuar.

Chego a viajar por um momento.

Este mesmo vento trás consigo a nostalgia de uma

saudade;

Enche-me o peito de esperança,

Faz-me desejar ir além do infinito, leva-me ao futuro, traz-me de volta ao passado, faz-me viver o presente.

São assim todos os dias!

Ela é um pedaço do meu mundo, onde por alguns minutos vivo e sonho também;

É onde posso me encontrar, sonhar meus sonhos, buscar

meus desejos.

E foi lá, na mesma sacada que vi tantas vezes o sol se pôr, que vejo o mesmo sol levantar-se majestosamente;

Foi lá que senti a chuva molhar minha face, que sinto o cheiro da vida.

A mesma sacada onde por tantos momentos sonhei contigo, em que o vi chegar e também o vi sumir na imensidão da cidade;

É dela que ainda o vejo,

É nela que busco o motivo para te esquecer e que cada vez mais me envolvo neste amor.

Anne Monteiro
Enviado por Anne Monteiro em 30/10/2006
Reeditado em 09/12/2008
Código do texto: T277626
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