Saudade da minha filha!

Naquele hospital,

Numa tarde como muitas outras

Que se arrastavam, intermináveis,

Minha filha, sentada naquele leito frio,

Recostando sua cabeça em meu peito,

Perguntou-me, já um pouco cansada:

-"Mamãe, será que estou morrendo?"

Engoli em seco, segurei-me na força

Que Deus me deu naqueles dias angustiantes

E, sem demora, lhe disse:-Que é isso, Derinha!

Deus está com você! Tenha fé!

Tenha coragem e vontade de viver,

De ficar curada!

Mas, por dentro, eu me quebrei em mil pedaços,

Enquanto segurava com imensa dificuldade,

As lágrimas que ameaçavam derramar-se,

Com uma dor que fazia arder meu peito.

Que agonia, meu Deus,

Ver minha filhinha indo embora

Pra junto de TI tão depressa!

Ainda hoje, passados quase quatro meses,

Fico sem acreditar, sem compreender,

Sem me acostumar com a sua ausência.

...E choro horas seguidas,

A saudade doendo, sangrando,

Esfacelando meu coração.

Nenhuma dor é maior do que a perda de um filho.

Valderez de Barros
Enviado por Valderez de Barros em 10/02/2011
Reeditado em 10/02/2011
Código do texto: T2783644