Preconceito

Tento tirar, mas não consigo,

A máscara plasmada pelo medo.

O pânico impede que eu sinta pelo corpo os meus sentidos

Os meus sentimentos mergulham na dor.

Já não distingo a suave macies do veludo do áspero chão das sarjetas.

Tampouco na minha boca sinto sabores:

Sei pouco sobre o idescritível gosto dos venenos.

O que temo? O meu coração palpita...

Batem à porta as tonalidades quentes da saudade

Presentes e enfileiradas mostram-se as desditas reiteradas

Descem aos olhos as lágrimas sôfregas da solidão.

Peço em meus sonhos a quem não vejo:

Mate! Mate, a saudade que se fixa em meu corpo

Arranca do meu peito a dor que se espalha.

E decreto, quase arrogante:

Devolva-me a ingenuidade

Devolva-me a visão imparcial do mundo

Quero ser, novamente, minha criança.

Beau
Enviado por Beau em 31/10/2006
Reeditado em 31/10/2006
Código do texto: T278521