Preconceito
Tento tirar, mas não consigo,
A máscara plasmada pelo medo.
O pânico impede que eu sinta pelo corpo os meus sentidos
Os meus sentimentos mergulham na dor.
Já não distingo a suave macies do veludo do áspero chão das sarjetas.
Tampouco na minha boca sinto sabores:
Sei pouco sobre o idescritível gosto dos venenos.
O que temo? O meu coração palpita...
Batem à porta as tonalidades quentes da saudade
Presentes e enfileiradas mostram-se as desditas reiteradas
Descem aos olhos as lágrimas sôfregas da solidão.
Peço em meus sonhos a quem não vejo:
Mate! Mate, a saudade que se fixa em meu corpo
Arranca do meu peito a dor que se espalha.
E decreto, quase arrogante:
Devolva-me a ingenuidade
Devolva-me a visão imparcial do mundo
Quero ser, novamente, minha criança.