Depois da dor.

A falta de sono o leva lembranças,

Ele levanta, inquieto e com o leve tremor nas mãos,

Só um gole, mas ele não pode, só uma garrafa, mas ele não deve,

Ele fecha os olhos e começa a dançar,

Abraçado a um anjo, tão lindo,

E ao pé do ouvido ele diz:

-Que saudade meu amor.

O anjo nada responde, apenas acompanha os passos sem jeito do poeta...

Ele abre os olhos e tudo some,

A tristeza costumeira toma conta do seu coração,

É tanta saudade que a própria saudade sente falta dele,

É tanta dor que a própria dor ressente nele,

E o poeta continua o mesmo, um pouco mais velho,

Um tanto mais magro...

E sem nenhum vestígio de felicidade.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 04/11/2006
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