O Êxtase da Ausência

Ah se pudesse desenhar com palavras

Todas as sensações que me percorrem

Em arrepios da alma ao lembrar-me de ti

Quem dera no bater descompassado

Deste peito devasso e aflito

Fosse agora o abrigo em teu abraço

Num rodopiar metafórico

De canções ouvidas ou quem sabe

Outros dias dançar nos corpos

A melodia de nossas curvas

Ah se pudesse num faiscar de mil cores

E brilhos de olhares

Todas as vezes despertar urgente

Na visão cúmplice de olhar a lua

Imaginando tua alegria em meu sorriso

Quando então lágrimas recém choradas

Amortecem em meus lábios

Percorro horas a perguntar

Que pontes me unem inexoravelmente a ti

Que cidades deixamos para trás

Qual futuro ousamos sonhar em comum

E em como é deserto este viver

Sabendo-te incógnita no infinito do meu ser