Saudades de Cora Coralina...
Minha Vovó Aninha


Cora, tú era Aninha, a menina da casa da ponte em Goiás,
Saudades eu sinto de tempos tão idos,
Impossível reviver, senão pela lembrança, o tempo não volta mais...
Em mim recordações dos teus versos e dos carinhos tidos.


Qual um bebezinho fui acariciada pela tua poesia,
Me falavas coisas belas e eu fui nascendo as asinhas,
Me lembro do teu riso quando arrisquei a declamar um dia...
rsrsrs, ainda pequena, seis anos, fruto de Aninha...


Doces e biscoitos tú fazias...adorava comer no teu colo sentada...
Eras tão frágil e parecias tão poderosa!
As palavras fluíam com toda presteza e eu ficava encantada!
Lembro-me de cada detalhe, cada entonação da voz maravilhosa.

Vovó Aninha...
Pra ti eu nunca cresci, quando foi embora, chorei demais...
Meu choro nunca passou, sou tua Lucinha...
A menina que fazia versos com rimas, e não pode te beijar mais.


Me diga, mesmo assim não sou abençoada?
Foi nos braços de Cora Coralina que virei poetisa que voa...
Nos versos dela fui até batizada!
A vida de Aninha não foi à toa...
Deixou-me para sempre, por ela marcada...


Saudades de ti vovó, de teu amor, beijos e rimas...
Saudades de teu afago, mas aí do céu sei que tu me mimas...

És pra sempre a menina da ponte...e do meu coração também.
Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 07/03/2011
Reeditado em 07/03/2011
Código do texto: T2833450
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