Meu Arcadismo

Sentado na porteira de minha saudade

Observo o pastar dos animais

O meu céu azul de sonhos

No campo verde de minha paz.

Os pássaros em revoadas

O vento sopra canção

Dona Mariana ordenha a vaca

Enquanto eu observo o grotão.

É tarde de primavera

A bela moça se agita

Com seu vestido de chita

Com chinelinho de dedo

Sorriso que a faz bonita

O olhar cheio de segredo.

Na fonte, na folha dos pensamentos

Tomo água lá na bica

Mirando o monte distante

Do simples que não complica.

E assim, sigo no pastorar da paixão

Enquanto minha Marília

Tece a rede de minha solidão.

“ Eu tenho um coração maior que o mundo!

Tu, formosa Marília, bem o sabes:

Um coração...,e basta

Onde tu mesma cabes.”

Tomás Antônio Gonzaga