Ária

Bachiana que faz

um Brasil erudito

passar pelos olhos

da Soprano, enquanto

a brisa lhe passa

e a saudade se espaça.

A Pátria da infância

tinha cheiro de terra

e gosto de pitanga.

Villalobos já embalava

a árvore em que eu sonhava

e que sustinha o ninho do colibri

que, às vezes, ainda me visita

nesse retângulo de Céu,

dez andares acima.

O Solista vibra o Celo

como vivi cada rompante

no fio trepidante.

Ímpeto e brandura,

paixão e tortura,

no Brasil que havia aqui.

Agora não mais...

A cadência no murmúrio

da Mezzo, indica um fim.

Todos os fins.

Para Eliane, ao som da Bachiana n. 5 de Heitor Villa-lobos