ESPERANDO-TE À JANELA

Sopra uma brisa delicada no cimo

das árvores, e meu rosto, dado à

frescura da aragem, direcciona-se

para o rio, lá mais em baixo.

Penso em ti, quando meus olhos

alcançam as águas, de um azul

clarinho e sereno, que traz esta

brandura à minha lembrança.

No espelho de água, que o rio

mostra, posso supor teus olhos

circundando os meus, como se

me quisessem perguntar algo.

Sorriem para mim e eu, num

assomo apaixonado, sorrio para

eles, apertando ligeiramente os

meus lábios de encontra os teus.

Teus lindos cabelos, quais asas

de pássaro, enrolam nas ondas

ligeiras, e esticando minha mão,

afasto-os de tua testa morena.

Trazes um rosto tranquilo, que eu

alindo, afagando-te a face, nesta

doce lembrança de ti, que o rio me

mostra, qual realidade possível.

Agora caminho pela orla e dou-te

a minha mão, que tu aceitas e

assim passeamos à beira-rio, vendo

os golfinhos a brincarem juntos.

Mas a tarde dá lugar ao pôr-do-sol,

e a brisa transforma-se em vento

frio, o que me desperta de ti, e

deixo que regresses a teu repouso.

Amanhã, nesta mesma janela, te

espero, linda como sempre, subtil

princesa, que povoa os meus

sonhos acordados, por te aguardar.

Jorge Humberto

30/03/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 30/03/2011
Código do texto: T2879414
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