Balada para Derinha

Derinha Rocha(1960-2010)

Esta canção, simplesmente,

compõe-se cheia de saudade.

No meu coração amargurado,

há misto de tristeza,

jeito de abandono,

como um barco à deriva,

que perdeu a rota do cais.

Nesta balada dolente,

vão-se, amargas, minhas lágrimas

caindo, silenciosamente...

dos meus olhos, ora tristonhos,

ao sentir que tu partiste,

assim... tão veloz,

tão de repente.

Por que foste tão depressa, amiga-irmã?

Nem de mim te despediste.

Ah, como é fugaz a vida!

Foste especial, bem sei,

pois sempre nos deste por certo,

na arte do teu viver,

que o amor é parte de tudo!

Restam-me um vazio no peito,

estas rimas quebradas, sem jeito,

grito rouco, choroso, emudecido,

desde o entardecer de primavera

que te levou para além do horizonte.

Mas, lá no céu azul bem alto, eu creio,

dentre os jardins floridos da eternidade,

meio aos doces anjos de ternura,

uma nova flor há de surgir,

igual à linda “flor de miosótis”

do jardim da nossa amizade.

Enquanto repousas nos braços do PAI,

escrevo-te estes versos

desarrumados, imperfeitos,

sina cruel desta minh’alma poeta,

que só se inspira, quando sofre,

e escreve falando de dor,

pranto doído,

saudade,

oração,

estrofes,

canção,

nesta balada para ti, Derinha.

Descansa em PAZ!

Copyright ©22/10/2010 by Lou Correia

All rights reserved.

Lou Correia
Enviado por Lou Correia em 19/04/2011
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2917978