Recanto de lágrimas

Sou o canto dos ventos,

a brisa que o sol aquece.

Um suspiro dos tempos

no andejo que amanhece.

Sou a fala que chora

que foi e não voltou.

Onde a natureza mora,

eu sou o que sou.

Eu sou o amor nascido

que Deus fez e plantou.

Eu sou enriquecido,

cheguei e aqui estou.

O meu pai que mandou

ser amor e gratidão.

Sou o que sobrou

do nascer da ilusão.

Levo lembranças contidas

nesta passagem de atritos.

Lágrimas de muitas vidas

no silêncio e nos gritos.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 27/05/2011
Código do texto: T2996851