Saudade morna

É a lembrança, vaga, além.

Traiçoeira, uma gota, ameaça

É chuva calma, provoca, embaraça,

onde o amor esconde e se contém.

Lembram os olhos ilhados,

dentro dos sonhos, inimagináveis.

Viajam, pelo corpo, delírio, sondáveis

dentro, fora, em torno, dá então morta

sensação de pureza e de pecados

trancados depois daquela porta!

E são lembranças, chegam, um canto

curando a saudade, um sonho esse,

aplaca a dor e enxuga o pranto

e das mágoas, te trás só encanto

E volta, sonho, no tempo desaparece.