Efêmero

Fogem de minhas mãos

o amor e o bem querer.

Parece que foi em vão

mas eu tento esquecer.

Fogem de minhas mãos

sonhos de mil pousadas.

Com o mesmo coração

nestas águas passadas.

Fogem de minhas mãos

vidas encerradas.

O sim e o não

e os degraus desta escada.

Fogem de minhas mãos

os olhares encantados.

Sinto o bater do coração

quando tudo é lembrado.

Fogem de minhas mãos

as flores desbotadas.

Até parece a solidão

e o sinal da sua chegada.

Fogem de minhas mãos

as partituras desenhadas

de uma linda canção

até hoje desejada.

Fogem de minhas mãos

os dias da mocidade.

Tão longe estão,

viraram saudade.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 31/05/2011
Código do texto: T3005110