SUAVE MELANCOLIA!
Os dias alinhavam recordações,
Com mãos de quimera.
Mãos que tocam o ar,
Como se estivessem a esculpir,
Um corpo feito de nuvens.
Sensação insípida no paladar d’ alma.
Resvala no intimo o anseio da presença.
Sentir a fragrância do hálito.
O intraduzível sabor da pele.
Ah, flecha da saudade,
Que o coração transpassa!
Não dilacere a pungente alma.
Os olhos são desertos, não possuem mais lágrimas.
A muito anoiteceu o olhar para as auroras,
Desprovidas de amor.
Restaram os ventos da arte,
Soprando versos nos ouvidos,
Enquanto brinco de voar,
Deixando este vento me levar,
Assim não morro... Vivo!