Apreço Orbital

Nada é mais acolhedor

Do que sentir o amor

Encontrando na pele a gota,

O cristal que vem de dentro

Desenhando por veios e constelações

Tudo que a palavra quer escrever!

Dentre a penumbra azulada

O corpo ensandecido dá o tom

Em mariolas orbitais, sutis ao olhar

Encastelando detalhe por detalhe

Em beijos sublimes, antológicos

Como o clássico som do metal!

Em cada apreço um ensejo,

Desejando a luz, o lilás da lua

Divagando pelas nuvens,

Anunciando por silêncios e suspiros

Prelúdios, ritos, idílicas pautas

Poetando paixão!

Quero viajar pela saudade,

No xale de seda, na roupagem felina

Que ficou pelo chão

Trazendo ao alcance das mãos

O violeta pêssego, a ternura do verbo

Decifrado pelo âmago em harmonia

Com o regar do coração!

Auber Fioravante Júnior

10/06/2011

Porto Alegre - RS