SODADE DA SODADE ( SAUDADE )

Sodade, eta dorzinha danada!

Às vêzes toma conta da gente...

Vem doendo...doendo...roendo... parecendo dor de dente!

Eta! dorzinha marvada!

Que chega fazendo ninho,

Se abrigando no coração da gente,

Chega tão de repente.

Quando não quer ir embora,

Fica...fica...vai ficando!

Com a dorzinha aumentando,

E o peito me machucando,

Olhando o Sol se pondo lá fora,

Me ponho se alembrando...se alembrando...

Se alembro dalgum lugar...

Dalgum amigo, dalgum sorriso, dalgum parente,

Dalgum perfume, de muita coisa, de tanta gente...

Antes que esta dor aumente,

E eu acabe chorando novamente,

Peço a ela, delicadamente, para que bem de mansinho,

Bem devagarinho, para que a sodade,

Vá saindo...saindo... devagar vá me deixando...

E, com saudade da sodade,

Eu sózinho, fique dela (sodade)...

Com muita sodade se alembrando...

jorê

N.A. Numa brincadeira, em versos escritos na linguagem caipira, de minha região, presto homenagem à palavra "Saudade" única e própria da nossa lingua portuguesa, para expressar este sentimento, numa só palavra.