Poeira de Chão
Viajando sem fronteiras, no lombo de um alazão,
Percorri terras estranhas na garupa a solidão.
Cada parada um amor, vivendo de ilusão.
E na cadencia do galope pulsava meu coração
Quantas tropas e boiadas pelo estradão conduzi,
E os companheiros de jornadas foram tantos que conheci.
Parceiros inseparáveis pelos confins do sertão,
Foram tantas as passagens que ao recordar os amigos me aperta o coração.
Hoje na curva do tempo já não tenho o alazão,
Mocidade foi embora restou só à solidão.
Estradas não mais existem com a sua poeira de chão,
Manto negro do asfalto sepultou a profissão.
Carreiro e carreador não conduzem mais seus carros,
Muitos foram esquecidos pelos pousos abandonados.