Poeira de Chão

Viajando sem fronteiras, no lombo de um alazão,

Percorri terras estranhas na garupa a solidão.

Cada parada um amor, vivendo de ilusão.

E na cadencia do galope pulsava meu coração

Quantas tropas e boiadas pelo estradão conduzi,

E os companheiros de jornadas foram tantos que conheci.

Parceiros inseparáveis pelos confins do sertão,

Foram tantas as passagens que ao recordar os amigos me aperta o coração.

Hoje na curva do tempo já não tenho o alazão,

Mocidade foi embora restou só à solidão.

Estradas não mais existem com a sua poeira de chão,

Manto negro do asfalto sepultou a profissão.

Carreiro e carreador não conduzem mais seus carros,

Muitos foram esquecidos pelos pousos abandonados.

Kduborges
Enviado por Kduborges em 29/06/2011
Código do texto: T3065608
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