SOMBRAS (Todas as Dores do Mundo)

Deixa-me na exatidão do teu corpo,

Penetrar como um poema desvairado,

Conter o ópio, a sombra letal.

Deixa-me ouvir o cão faminto,

O desamor, o ócio, o ofício.

Deixa-me ouvir o silêncio,

O suave alento, o sino lento.

Deixa-me ver o rosto da paz,

A utopia, a sombra,

O colossal e abrupto destino.

Deixa-me ouvir o cântico,

O velho cântico do velho abutre.

Mostra-me a sombra do mundo,

O devaneio, o inusitado, o incorruptível.

Enfim, mostra-me a saudade incontida,

Que retida ficou no ócio de um poema inacabado...

Castro Antares
Enviado por Castro Antares em 23/07/2011
Código do texto: T3114512
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