Driblando os passos de Deus.
A saudade empaca a alma,
destoa o riso,
desnuda o peito,
descama a dor.
A saudade ressaca o sonho,
esmigalha o sangue,
tritura os ossos,
enferruja o ar.
A saudade coalha os passos,
avalancha a pele,
dribla os passos de Deus,
sombreia todo sol,
todo sol.
A saudade é meretriz, é aprendiz,
diz o que diz, diz o que quis,
é carrapato sugando o que puder,
é vilã, é algoz, droga cruel,
suas gargalhadas fazem o chão fagulhar,
seus engasgos chamam a morte pra uma noitada louca,
suas vértebras fazem o pó virar pó
e nada mais.
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