No fim do horizonte

Lá no fim do horizonte, lá bem além de tudo,

Onde só se chega em pensamentos

Por que as estradas são infinitas espirais,

Lá onde o pensamento se confunde com o eco

Lamuriante de um gemido que a alma chora

Entristecida como se a dor de ontem fosse sempre,

Nesse horizonte de lembranças perdidas

Em que as lágrimas se fazem palavras

Por que as palavras se fazem tão pouco

Como se elas não bastassem para falar de dor

Por que as feridas permanecem chagas vivas

E palavras não traduzem a dor da alma,

Assim ela busca abrigo nesse horizonte distante

Onde nunca aconteceu nenhuma história.

Onde a tristeza pode lapidar-se imaculada

E tão pura que até a saudade se torna corpo

Limpido, denso com gosto de solidão.

É nesse horizonte que meus pensamentos

Se encontram quando todos me acham perdido

É este horizonte que costumo nomear de: EU

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 22/08/2011
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