Velhos guardados

Ontem estive revendo velhos guardados dentro da alma,

Sonhos antigos, amores mal resolvidos,

Lágrimas choradas por dores agora tão descabidas.

Saudades que nem sei por que senti

Momentos que se foram sem dizer nada

Outros que eternamente ficaram dentro da alma

Como se fosse preciso estarem sempre vivos

Fazendo de sempre o que podia ser nunca...

Revi sorrisos que se perderam no tempo,

Palavras que me foram ditas com angustia

Outras que disse sem motivos para falar.

Algumas tão sinceras que a alma chorou ao dizer

Mas não foram acreditadas e daí nada nasceu.

Todos esses guardados, ontem se fizeram vivos,

Revivendo histórias que nem lembrava mais.

Mas de todos eles, um tomou de subito minha alma,

Foi a lembrança de um olhar que me disse adeus,

Como se os olhos gritassem ou gemessem

O adeus mais doloroso que ninguém nunca ouviu.

Tremi, como se tudo voltasse como foi antes,

Chorei como se fossem as mesmas lágrimas

E as cicatrizes se reabriram em chagas mais dolorosas

Por que foi um adeus que não era para ser dito,

E a ausência deixou um vazio tão grande

Que até hoje minha alma se sente incompleta

Partida em fragmentos perdidos num adeus

Tão adeus que só os olhos falaram.

Esses velhos guardados dentro de minha alma

São reliquias que o tempo não apaga nunca.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 22/08/2011
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