Brindando a saudade...
Pingos e respingos na vidraça
de uma chuva intermitente
que cai lá fora
e, aqui dentro, o peito chora
tristemente,
o coração ainda se ressente
e afoito, descompassa...
O rosto molhado,
ainda tem em si o calor
do teu corpo suado
e, da noite de amor,
resta o pecado
de ter-se acabado
deixando apenas um vencedor
é tempestade!
lá fora, desaba o céu
retumbam as trovoadas...
aqui dentro, só infelicidade!
o pensamento que voa ao léu
e afoga-se em enxurrada
de lágrimas de saudade...
Um brinde agora faço eu,
no gole do vinho não mais gelado...
a chuva, agora escassa
o tempo mais lento passa
e, o amor, tão amado,
afoga-se no vinho da minha taça
Viva o sonho que morreu!