A HORA QUINTA

NA CURVA LÍVIDA DA MADRUGADA

UM PONTO ESPERA A SUA HORA

COM UMA MORDAÇA DE CORDA

SUSTENTANDO O QUE POR DENTRO GRITA

SE DE FATO PUDESSEM O SOM OUVIR

OU O PRIMEIRO RAIO DECIFRAR

NAQUELA HORA MORTA - NEM DIA OU NOITE

QUEM VIRIA AO MEU ENCONTRO

BUSCA VÃ NAS PEDRAS ESCURAS

ONDE MINHA MÃO TE PROCURA

SE NÃO A TI, UM RESTO QUALQUER

QUE AQUEÇA A MAIS TÊNUE LEMBRANÇA

RESTA A NEBLINA QUE ORVALHA A FOLHA

NO SILÊNCIO DO TEMPO ENCURRALADO

PROVEITO ALGUM TENHO EM DECIFRAR AS HORAS

SE O DIA COMEÇA OU A NOITE FINDA

AO TE PROCURAR AGIGANTA-SE O VAZIO

PONTO, CURVA E MORDAÇA

VOAM E VOLTAM PENALIZADOS

PRO CASULO ONDE VIVE A SAUDADE