Desejos dos 16...

Reinvento em mim o sangue novo

Sobrevivo às crenças tão inexatas de antes

E vencidos sejam os infiéis

Os que já se lembraram de mim

E não me importa que sejam momentos feitos inteiros

Só não quero a caricatura dos ventos

A língua embolada dos dizeres sem sentimentos

Mantenham-se bem distantes os libertinos

De um tempo que era a cabeça mais segura

O que me resta é a sede de seguir calmamente

E quero mais dentro dessa aventura

Invento em longe o lugar de me abandonar

E só para quem quer me acompanhar

Eu crio para andarmos de mãos dadas

A solidão abstrata da respiração do ar

Aí quando vierem até mim sorrindo

Dar-lhe-ei a flor mais linda

De cores borradas em aquarela

Oferecer-lhes-ei o canto do Milton

E a expressão visceral que brotava de Elis

Mergulharei em pura poesia

Para ter o prazer de distribuir aos quatro cantos

Os escritos tão perfeitos da Clarice.

Venham comigo!

Mas só aqueles que tiverem coragem

Pelo amor de Deus.

Para aqueles que querem se deixar criar

Os que desejam mais que o mundo pode dar

Só para aqueles que me ligam sem precisar

Eu os salvo de mim mesma e dou-lhes calada

O que em mim parece mais sensato

Entrego-lhes de alma lavada todos os meus sentimentos

E podem brincar, com essa mistura tão densa;

Que nem eu mesma reconheço

Não peço nada para seus pensamentos

Apenas a vontade de sobrevivência

Para cairmos juntos dentro das águas profundas do mar

Abraçados para nunca esquecermos de sonhar.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 23/12/2006
Reeditado em 07/01/2007
Código do texto: T325932