Minha alma se cala
Estou olhando pra você.
Pálida e quieta.
Por que estás sossegada minh’alma?
As inquietudes que você sempre expõe
Estão perdidas no silêncio...
O teu cúmplice são os meus olhos.
O teu traidor são os meus olhos.
O teu companheiro são os meus olhos.
Eles me dizem que você me chama.
Como pedido de socorro, clama.
Quando te pergunto o por quê.
Você se cala.
Mas seu traidor me contou...
Que é meu sentimento
Que coloca em ti um lamento.
Não ouço, não toco e não vejo.
Aquele que sempre almejo.
Descobri o que te calava.
Era o que já desconfiava...
Um sentimento sorrateiro
Que chega sem avisar.
Para complicar.
Tirar os teus pés da realidade.
Te fazer sonhar e querer.
Não pede licença ...
Contudo, permito nele me abrigar.
Pois me leva a doces lembranças do vagar.
Permita-me te apresentar...
Saudade é seu chamar.
Para mim não é um sentimento.
Só a ti vou contar.
Fiz dele um abrigo e um lugar
Mas não sabia que minh’alma iria se calar.