NÃO MAIS TERÃO NOTÍCIAS MINHAS
NÃO MAIS TERÃO NOTÍCIAS MINHAS
Não mais terão notícas minhas
Os meus parcos,mas ávidos leitores,
Pois suportei o que pude destas dores
E força para mais não tinha
Fiz o que cri que me convinha
Falei de meus falsos amores
Do não aceitar dos favores
E de quando a rima não vinha.
Menti muito, isto reconheço,
Mas se após a perda se vive,
O que dizer se só sempre estive
Se a mim não dei chance de começo?
Talvez o verso não tenha preço
E se do esmero eu me prive
Sei que a poesia nunca este me declive,
Mas as profundezas da dor, agora desço.
Queriam um novo ritmo
Queria uma poesia nova
Dei eles a melhor prova
Que era meu esforço mínimo.
Falei do meu querer íntimo
Mas o sentir se renova
E se a esperar esteve a cova
Meu desejo de nela deitar não foi ínfimo.
Disse que uma mulher era linda
E que a ela guardaria o trono
Que lhe seria servo , não dono
E dela ao mundo sempre esperei a vinda.
E se o dizer poético hoje se finda
Saibam que a vida agora abandono
E deito para meu último sono
Sabendo que a dizer tenho muito ainda.
Fernandes Oliveira