A VELHA SERRINHA
Duas enormes palmeiras
imperiais na fachada
punham feições altaneiras
ao templo da Imaculada.
De Lourdes Nossa Senhora
era a padroeira santa
e, sendo lembrada, agora,
a relembrança me encanta.
Só duas ruas em T,
assim a velha Serrinha...
Ah, me lembro como quê
do meu torrão da escolinha.
A escola ficava atrás
da igrejinha das palmeiras:
lugar cheiinho de paz,
das lições e brincadeiras.
Na saudade escancarada
que ainda sinto por ti,
ó Serrinha, vila amada,
jamais te esqueço, Guaci!
Em zona rural, serrana,
do nosso sítio à Serrinha,
meia légua, em caravana,
a pé, meu grupo caminha.
Lá, as primeiras lições;
lá, os primeiros folguedos;
lá, quermesses, eleições,
meus recreios e brinquedos.
Todas parentas, as mestras:
com o vilarejo em pomares,
Serrinha só me deu festas
e era o bem-bom dos lugares.
Serrinha, atual Guaci,
fiz primeiras letras, lá...
Hei sempre pensar em ti,
recordando o Camará*.
Fort., 02/12/2011.
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*Camará: sítio de meu pai. Aí
fiquei até meus onze, quando
vim para Fortaleza, a Capital.