Tempestades de Irati

Quantas negras nuvens foram o fundo
de tantas aquarelas nos verões de Irati,
e a alegria menina que imaginava o mundo,
era o colorido, que naquelas tardes vivi...

Em silencio vinham, nas tardes quentes,
pontilhando sombras na serra ao longe,
incutindo medo nos corações dos crentes,
das profecias, de São João Maria o monge.

Acendiam-se velas, silenciavam-se em ave marias,
depois da poeira, rugia o vento, a chuvarada,
clareava a tarde nas brisas mansas, nas calmarias
a algazarra criança, terminava o dia na enxurrada...

São tão surpreendentes estas tempestades ligeiras,
como tudo que emoldura uma nostálgica poesia,
as vezes alegrias ou tristezas passageiras,
fatalismo antes, depois o arco-iris ao final do dia....

Malgaxe

 

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 17/12/2011
Código do texto: T3393969
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.