Retrato do que não foi
Queria eu pintar o teu retrato
Mas artista não sou das telas
Minha pena é meu pincel de fato
E só posso pintar-te com palavras belas.
Porém não sei como descrever teu rosto
Não há palavras e muito menos cores
Belas o suficiente e para meu desgosto
Alegro-me só em lembrar teus beijos e sabores.
Se não posso pintar tua face angelical
Não posso também teu corpo desejado
Com o risco de cometer um erro capital
Deixar aqui neste poema retratado.
Resta-me, pois com tristeza e nostalgia
Lembrar do que só não foi por covardia.
Cícero – 16-05-04