PINGO DE EMOÇÃO
Amei, sangrei, chorei, tive alegrias também,
Tive o coração partido e muitas vezes restaurado,
Muitas vezes em um olhar por querer eu fui refém,
E muitas vezes a um sorriso me tornei escravo.
Me tornei poeta pelas dores que eu sentia,
Sempre fui duro na aparência, mas sempre frágil em meus versos,
Me apaixonei pelas rosas em um determinado dia
Que chorava sobre uma no campo dos sonhos desertos.
Amei as estrelas que brilhavam quando meu coração soluçava
Aprisionado em meu peito, sem ter a quem abraçar,
Percebi que cada verso que eu escrevia não bastava
Para ao menos por alguns instantes meu coração acalmar.
Ao nascer o meu pai recitava versos para eu dormir
E concentrado eu ficava e chorava se ele parava,
E ele continuava olhando para mim a sorrir
Sabendo que em seus braços um poeta ali brotava.