Clarim
O horizonte não é mais o mesmo...
Não existe mais a janela.
O trem que ia rumo ao nada,
Perdeu-se numa manhã tão bela.
Como se perderam meus sonhos do passado,
Como se perderam os meus amores
Como se perderam o perfume a s lindas flores
O berço que minha mãe balançava,
Deve ter virado alimento de cupim...
É impressionante como minhas alegrias,
Têm chegado todas ao fim...
E o que me resta...
Vagas lembranças, apagadas pela borracha do tempo...
E o que me resta... é nesses cantos expressar todo o meu lamento.
Casa da Santos Dumont 123, a casa onde eu nasci...
Meu avô está dormindo sozinho...
Meu irmãozinho está chorando chamando por mim...
Mas não posso atendê-lo...
Tudo isso é um sonho... ou será um pesadelo?
Não sei, mas não consigo encarar-me no espelho.
Casa da Santos Dumont 123, a casa onde quero morrer,
Olhando o horizonte...
Vendo tudo longe, desaparecer...