PRETO E BRANCO

Neste rancho ermo, preto e branco,

entre heras, ruínas encobertas,

vê, por entre as frestas, minha vida .

Escuta o eco dos ruídos e nos estalos

o som de uma época tão querida .

Sente o abandono que ali mora e

caminha entre a grama já crescida .

Olha o galho caído, que ora seca,

no balanço da árvore que chora

a memória da alma já perdida.

Não sobe os degraus empoeirados

nem cruza esta porta entreaberta

pelo adeus mudo da partida.

É tarde, nada pode haver agora.

Não tenta sequer chamar por mim.

Rabisca, num contorno, a esperança

e retorna à tua vida iluminada.

Escreve meu nome na lembrança,

(Não contes porque vim.) e

volta teus passos para o mundo,

pisando em seus veios mais profundos .

Deixa-me nesta tapera tão sem cores .

(Deixa-me só.)

Só para chorar meu fim.(IDA)

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 10/01/2007
Código do texto: T342925