REQUIESCAT IN PACE

O homem trabalha, trabalha, torna-se escravo do dever e, na terra dos vivos, às vezes, a ele é consignado um pequeno espaço de tempo para registrar a sua permanência aqui. Pergunto a quem me lê agora:

Você se lembra do seu bisavô, não? E do seu tataravô, menos ainda?

Então cheguemos à conclusão: Nesta terra tudo passa... Esforcemo-nos para merecer um bom lugar na vida eterna, para fazermos parte do reino perpétuo de amor, justiça e paz, prometido a nós, pelo REI DA ETERNA GLÓRIA – Jesus Cristo.

REQUIESCAT IN PACE

AYRES KOERIG

O ferro rubro de calor intenso

Ante o peso do malho que o feria,

Deixava ao seu redor colar imenso,

Feito de estrelas que no chão corria.

Limpando a face com seu velho lenço,

Para enxugar suor que lhe afligia.

Assim vivia o bisavô Lourenço,

A trabalhar em sua ferraria.

Como ajudante minha bisavó,

A segurar-lhe o ferro co’a tenaz...

Quando ao olhá-los sempre dava dó

E até chorar ind’hoje sou capaz...

Deste casal resta esta frase só,

Que lá na tumba diz: DESCANSE EM PAZ!

P. S. Parece que não há concordância lingüística no terceiro verso com o quarto da primeira estrofe... mas lembrem-se que era o colar imenso feito de estrelas que corria no chão.

Ayres Koerig
Enviado por Ayres Koerig em 11/01/2012
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