REQUIESCAT IN PACE
O homem trabalha, trabalha, torna-se escravo do dever e, na terra dos vivos, às vezes, a ele é consignado um pequeno espaço de tempo para registrar a sua permanência aqui. Pergunto a quem me lê agora:
Você se lembra do seu bisavô, não? E do seu tataravô, menos ainda?
Então cheguemos à conclusão: Nesta terra tudo passa... Esforcemo-nos para merecer um bom lugar na vida eterna, para fazermos parte do reino perpétuo de amor, justiça e paz, prometido a nós, pelo REI DA ETERNA GLÓRIA – Jesus Cristo.
REQUIESCAT IN PACE
AYRES KOERIG
O ferro rubro de calor intenso
Ante o peso do malho que o feria,
Deixava ao seu redor colar imenso,
Feito de estrelas que no chão corria.
Limpando a face com seu velho lenço,
Para enxugar suor que lhe afligia.
Assim vivia o bisavô Lourenço,
A trabalhar em sua ferraria.
Como ajudante minha bisavó,
A segurar-lhe o ferro co’a tenaz...
Quando ao olhá-los sempre dava dó
E até chorar ind’hoje sou capaz...
Deste casal resta esta frase só,
Que lá na tumba diz: DESCANSE EM PAZ!
P. S. Parece que não há concordância lingüística no terceiro verso com o quarto da primeira estrofe... mas lembrem-se que era o colar imenso feito de estrelas que corria no chão.