A dor da ausência tua

A dor da ausência tua é tanta,

que quebro um texto todo em partes

e elas se fazem versos.

Ouço músicas velhas, já gastas,

e me emociono como se nunca as tivesse ouvido.

A dor da ausência tua é tanta,

que já nem a sinto,

é como se fosse anestesiado pela saudade.

E a dor da ausência tua é tanta,

que os olhos,

estes guardiões da verdade da alma,

não evitam a fuga de alguns sentimentos

que escorrem pela face em gotas de saudade,

num silencioso choro de (des)alento,

que alivia e entristece

as horas deste tempo insensato,

desta distância avassaladora,

deste querer insano.