Como é lindo o amanhecer,
no sertão onde nasci,
o galo canta no poleiro,
acordando as juritis.
O canto das passaradas,
nos pés de jaboticaba.
Toca o sino da igrejinha,
anunciando a alvorada.
O peão toca o berrante,
acordando a invernada.
Eu e minha mulher,
na janela do barraco,
namorando apaixonados.

No terreiro a galinhada,
ficam todas alvoroçadas,
com a chegada da saracura,
que sai de sua morada,
a procura de comida,
no meio da bicharada.

Os gansos com imponência,
Comandam a badernada.
Devagar chegam os cachorros,
assustando a bicharada.
O pato com humildade,
também da suas bicadas,
enquanto lá na gaiola,
o papagaio matraca,
atiçam a cachorrada,
amedrontando as vacas.

Ai que saudades de meu sertão,
ai que saudades do tempo bão,
ai que saudades,
da pipoca e batata doce,
das filhas de seu João.
Ai que saudades,
de Dona Chica,
parteira de meus irmãos.

Autor-Armando Lemes-outubro de 1999.